Maria Sybilla Merrian (Alemanha, 1647 – Holanda, 1717)
Maria Sibylla Merian foi uma naturalista e ilustradora científica de uma época em que poucas mulheres podiam participar da ciência. Aos 52 anos, embarcou numa expedição científica ao Suriname, na América do Sul, em 1699, acompanhada apenas por sua filha. Financiou a viagem com a venda de suas gravuras. Antes disso, já havia abandonado seu marido opressor, com quem viveu numa comunidade celibatária na Holanda. Em 1705, enfrentando dificuldades financeiras devido aos custos da viagem, publicou Metamorphosis Insectorum Surinamensium, livro ilustrado sobre os insetos do Suriname. Em 1715, sofreu um derrame que a deixou parcialmente paralisada e dois anos depois faleceu em Amsterdã, empobrecida e com a visão debilitada. Seus trabalhos foram criticados no século 19 por cientistas misóginos, que desdenharam de suas descrições metafóricas. Com o tempo, foi redescoberta por pesquisadoras feministas e seu valor artístico também cresceu. Em 2011, uma edição de seu Neues Blumenbuch foi vendida por 570 mil libras esterlinas em leilão na Christie’s. Suas ilustrações e descobertas ajudaram a revolucionar a compreensão das interações ecológicas entre plantas e insetos, além de documentar a transformação das lagartas em borboletas. Honestamente, é difícil imaginar que um homem de sua época pudesse ser o pioneiro em um campo de estudos como a metamorfose.
Referências:
Mariath, Fernanda, and Leopoldo C. Baratto. “Female Naturalists and the Patterns of Suppression of Women Scientists in History: The Example of Maria Sibylla Merian and Her Contributions about Useful Plants.” Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine 19, no. 1 (May 12, 2023): 17. https://doi.org/10.1186/s13002-023-00589-1.